Lisboa, 11 de Julho de 2025
Escrever uma crónica de uma Corrida do nosso Grupo é sempre uma grande responsabilidade. Fazê-lo quando já passaram mais de 3 semanas desde o dia dessa mesma Corrida torna a tarefa especialmente difícil.
Mas o que se perde em memória, ganha-se (espero eu) em perspectiva! Por isso me proponho a passar para o papel o que se passou em Alvaiázere no passado dia 15 de Junho, curiosamente 43 anos depois do dia que eu nasci.
Esta era uma tarde de especial importância e expectativa. Na ressaca da celebração dos 110 anos, o Grupo de Santarém pegava 6 toiros numa praça desmontável, por acaso cheia até à bandeira. Os toiros revelaram-se ideais para um dia assim, 3 de Infante da Câmara (já pela mão do “nosso” Ricardo Cabaço) e 3 da Herdade de Camarate.
Usando uma frase repetida à exaustão nas nossas conversas (e por alguma razão será…), estas corridas são absolutamente decisivas para o crescimento de qualquer Grupo. No caso do GFAS, talvez seja assim mais do que nunca, nesta fase em que as corridas não abundam, mas por outro lado são quase todas de máxima responsabilidade.
Por isso se sentia que havia muitos “passos em frente” a serem dados, e foi isso mesmo que aconteceu.
O primeiro foi logo dado pelo Pedro Valério, forcado completo que dispensa apresentações. Depois de um brinde carregado de sentimento (olé!) à Família Infante da Câmara, esteve estóico e valente na pega do primeiro toiro, que se revelou o mais complicado… de longe! O Afonso Sampaio Soares (que começou aí a sua série de 3 primeiras ajudas do dia) e o restante grupo nunca viraram a cara ao problema, e mesmo com alguma inexperiência, conseguiram consumar a pega com muito valor.
Depois da valentia serena do Valério, tivemos a alegria de assistir a quatro estreias absolutas a pegar de caras: Duarte Ortigão, Manuel Pedroso Saragoça, António Dias de Almeida e Domingos Lebre, este último a jogar em casa. Apelidos com peso no nosso Grupo, mas nomes próprios que mostraram estar totalmente à altura! Pegas alegres, com personalidade e poder, todos à sua maneira a pedir novas oportunidades ao Cabo. Destaque para as primeiras ajudas de José Maria Gonçalves e Vasco Salazar, e também para os brindes especiais que fizeram, com a chancela da nossa Família GFAS.
Fechou-se a Corrida com chave d’ouro, com uma belíssima pega do Manuel Campos, ajudado pelo Tomás Sequeira.
O jantar foi na Quinta da Cortiça, honrado pelas presenças da nossa omnipresente Madrinha, o Pedro Graciosa ou o retornado David Dias da Silva, entre outros. As conversas à nossa volta eram todas bastante familiares - Alguém arranja boleia para Santarém? Como é que estão os toiros para Almoster? Como é que se lava a jaqueta? -…o que me leva a crer que podemos ficar descansados com o que o futuro reserva.
Em Alvaiázere escreveram-se já alguns dos “próximos capítulos” desta saga chamada Grupo de Santarém. Que privilégio poder continuar a acompanhá-los.
Peu Torres |